Ota é o apelido do cartunista, roteirista, editor e escritor brasileiro Otacílio D' Assunção (04 de julho de 1954 - 24 de setembro de 2021).
Dotado de uma mente ativamente criativa, praticamente uma metralhadora giratória de ideias, Ota era mais conhecido pelo seu trabalho na edição brasileira da revista MAD, mas ele era muito mais. Foram quase 50 anos de serviços prestados ao mercado editorial e ao humor brasileiro. Ele reinventou o mercado, fez história, nos fez rir e abriu portas para muitos profissionais.
Ota iniciou sua carreira em 1970, na extinta EBAL. Três anos depois, ingressou na editora Vecchi e, ainda em 1973, também lançou três edições, totalmente autorais, da revista Os Birutas. Nessa mesma época, colaborou para publicações de quadrinhos underground como A Roleta, Vírus e A Mosca.
Em 1974, Ota foi o responsável pela versão brasileira da revista humorística MAD, como editor. Ainda pela Vecchi, criou as revistas de terror Spektro, Pesadelo, Sobrenatural e Histórias do Além. Ota também colaborou na criação de Chet, uma "versão brasileira" de Tex, da Bonelli, também editado pela Vecchi.
Com o fim da editora Vecchi, em 1983, Ota voltou para a EBAL, onde trabalhou na editoração da revista Cinemin. No ano seguinte, a MAD voltou a ser publicada, dessa vez pela editora Record, e Ota voltou a ser o editor da revista.
Na fase da MAD na Record, Ota criou o "Relatório Ota", a sua seção mais famosa e longeva dentro da revista.
Pela Record também publicou o livro O Quadrinho Erótico de Carlos Zéfiro, com uma análise da obra de Zéfiro, criador de quadrinhos eróticos brasileiros na década de 1960.
Durante todo o período como editor da MAD, Ota seguiu fazendo inúmeros roteiros para os mais diversos quadrinhos. O Recruta Zero, na época publicado pela editora Globo, foi um deles.
Em 1994, recebeu o prêmio de Melhor Revista Independente no Troféu HQ Mix, do Rio de Janeiro, pela criação da Revista do Ota, em 1993.
Com o fim da MAD pela Record, no ano 2000, um hiato ocorreu até que a Mythos assumiu a publicação. Lá estava Ota, outra vez, no comando da revista mais maluca do mundo.
Em 2005 e 2006, Ota assinou coluna sobre quadrinhos e tiras para o Jornal do Brasil e Folha Dirigida.
Com o fim da MAD pela Mythos, dois anos se passaram até que, em 2008, a Panini retorna com revista. A colaboração do Ota com a última versão da revista no Brasil durou apenas 7 edições. Ota então deixa, definitivamente, o cargo que ocupou por 34 anos e entra para a história como o maior editor da MAD no Brasil, já que a revista foi extinta em 2017.
Com um novo rumo em sua carreira, Ota foi responsável pela restauração, tradução e edição das revistas da Luluzinha e do Recruta Zero, álbuns do Mandrake e Fantasma, pela Pixel Media, selo adquirido pela Ediouro , e pela coleção de álbuns remasterizados de Asterix, pela editora Record.
Em 2016, lançou A Garota Bipolar e publicou de forma independente.
Ota preparava o primeiro volume em versão de álbum de A Garota Bipolar, pela Tai Editora, quando faleceu em 24 de setembro de 2021. Nesse mesmo período, Ota também trabalhava com tradução, diagramação e letras de diversas obras que foram trazidas para o Brasil por editoras como Lorentz, Figura, entre outras.